17 abril 2008

Chorei

Ontem chorei...
E chorei porquê?
Carente?!


Tenho uma vida que vale por mil:

"cuida disto", "faz aquilo", "não te esqueças..."
E assim vai um dia-a-dia com os seus infinitos compromissos.

No final de tantas intruções é raro um consolo.
E quando existe, logo vem algo que o dessipe.

E me pergunto: "carente eu?!"

Se prezo por um carinho, um abraço ou um ombro amigo.

Pedir, só com tamanha cara de pau!

(Depois de anos treinando para isso...)

Satizfaço o meu raciocíno com o que leio:
CARENTE adj. 2 gén.
,
que carece;
necessitado; falto; falho.

Uau!!!
O mundo inteiro se enquadra nessa palavra.

Afinal quem não carece, necessita, lhe falta ou tem falha de algo?!


Pois, meus amigos! Ontem chorei...

Mesmo com a mente em paz o coração fica,
Carente!


...

Explicar em palavras os porquês é vago.
Apenas se sente, mesmo se ninguém entende...

Por isso, chorei!


2 comentários:

Vitor Bustamante disse...

Minha amiga chorou.
E eu também choraria se um dia constatasse que a vida pode ser não mais que uma preciosa pedra, que a gente lapida a cada dia e nem por isso perde a sua característica dura... e fica de vez em quando no caminho, nos fazendo escolher entre tropessar e carregá-la nas mãos. Escolhemos carregar e carregar pesa, mas deixa 'preciosidade' com a gente, ao menos naquele momento, ao menos por causa daquele momento... Aí eu sentiria dor, porque a vida passa, a pedra é pó reunido e pode voltar a ser pó. E, depois dessa constatação, quereria somente ser a vida, a pedra de pó reunido e receber tudo o que já dei naquele único momento, ser também um pouco lapidada, carregada, ser por tudo amada mas estando estática como é uma pedra. Mas isso não aconteceria e eu ficaria como uma pedra de aquário sabendo que por ali passam peixes que nunca me tocarão, aí eu choraria até ficar com dó de mim (Chico), choraria até transbordar um pouco a água das paredes do aquário.

Vitor Bustamante disse...

Acho que assim está melhor:

Minha amiga chorou.
E eu também choraria se um dia constatasse que a vida pode ser não mais que uma preciosa pedra, que a gente lapida a cada dia e nem por isso perde a sua característica dura... e fica de vez em quando no caminho, nos fazendo escolher entre tropeçar e carregá-la nas mãos. Escolhemos carregar e carregá-la pesa, mas deixa 'preciosidade' com a gente, ao menos naquele momento, ao menos por causa daquele momento... Aí eu sentiria dor, porque, contudo, a vida passa, a pedra é pó reunido e pode voltar a ser apenas pó. E, depois dessa constatação, quereria somente ser a vida que é a pedra de pó reunido e receber tudo o que já dei, naquele único momento, ser também um pouco lapidada, carregada, ser por tudo amada mas estando estática como é uma pedra. Porém isso não aconteceria e eu ficaria como uma pedra de aquário sabendo que por ali passam peixes que nunca me tocarão, aí eu choraria até transbordar um pouco a água das paredes de vidro.