22 julho 2014

Diário Noturno

Querido diário,

São 0h37 da manhã. É no silêncio da madrugada que encontro tempo para mim. E para ti. No barulho do dia, na agitação do entardecer, no sussurrar do sono consigo ouvir os meus pensamentos. Consigo escrever em ti.
Os meus sonhos acordados se confundem com a embriaguez do sono. Mas tenho lúcidos os meus sentimentos. E é isso que importa. E por isso rabisco as tuas páginas.

Antes de mergulhar em ti, escorreram lágrimas de saudades. Daquelas que apertam o peito e nos fazem sentir minúsculos... Ah... Quanta saudade daquele homem que me acolhia de tal forma que tudo fazia mais sentido. Faz tempo que ele se foi. Mas o sinto aqui. E o sinto longe. Sei que sabes quem é. Nalgumas páginas para trás constam todas as lágrimas que ninguém viu. O meu sorriso sempre tem de aparecer. E por trás dessa fachada, destruída, te lamentava o dia que uma estrela começou a brilhar mais forte...

Mas não foi isso que vim aqui te contar neste silêncio. Vim contar sobre sorrisos, pois eles devem sempre sobressair mais. Pois é. E por isso resolvi fazer um rascunho de coisas que me fazem sorrir. Afinal, se um dia esquecer de como se sorri, haverá algo para me lembrar. E fazer feliz.

- Cada pôr-do-sol é único e é impossível descrever a sensação relaxante que eles provocam.
- Cada segundo a mais na cama de manhã é energizante. Sem eles o dia se torna infinitamente mais longo.
- Cada taça de vinho enrubece as bochechas. Isso é divertido.
- A inocência dos pequenos faz elevar a alma de tal forma, que não tem como não ser feliz ao lado deles.
- A música, a água, o vento, o sol, a terra, o verde, os pássaros... Toda e qualquer forma de natureza é um espetáculo sem igual. Não existe meio de descrever.

É  tanta coisa que me faz sorrir. Difícil escrever mais agora. O sono já me afoga pela noite. Ficarei por aqui. Que dormirei a sorrir.

Até...

Nenhum comentário: