25 outubro 2007

Assassinaram Um Amigo

Hoje choro de saudades de um amigo. Um dia ouvia a sua voz pela última vez. Por ele fui consolada, ouvida, abraçada, entendida. Vi seu riso e seu sorriso. Ouvi seu pranto e palavras. Tive o seu carinho. Corremos pelo mundo, gritamos e cantamos juntos. Sofremos, pulamos obstáculos e cansamos!
Assassinaram um amigo. Não sei porquê. Não me contaram. Apenas sei que o assassinaram. Muito menos informaram como foi assassinado, porque foi... nem o dia, nem a hora, nem o local. Resta à minha dramática imaginação re-inventar a cena do assassinato de um amigo.
Creio que foi surpreendido. Em nenhum momento ele esperava o ataque. Foi rápido. Arrastaram-no para longe, onde todo e qualquer ser vivo estava ausente. Sufucaram-no e o deixaram agonizar nos últimos suspiros de sua caminhada por aqui. Deixaram-no cadáver, em apenas um raio de sol...
Não soube quando foi o funeral, nem se rezaram por ele uma simples oração. O cemitério pode ter sido qualquer um. Mas nada disso para mim importa. Ele já se foi. Assassinaram-no!
E hoje resta apenas alguns pedaços da sua existência na minha memória. Apenas isso, pois o assassinaram. E com ele foram seus ideais, suas idéias, pensamentos, reflexões, palavras, objetivos e ações. Tudo se apagou num simples fechar de olhos, exceto nos corações dos outros que restaram.
Revolta?! Não... apenas pena. Por isso hoje me sinto num enterro onde vejo a terra cobrir algo que tão vivo foi. E choro! Pois assassinaram um amigo.

Um comentário:

Vitor Bustamante disse...

Misterioso... parece que o morto não é uma pessoa, parece mais algo abstrato.