09 outubro 2007

O dia da minha morte

O dia da minha morte começaria com os passarinhos cantando para mim.
Antes mesmo de abrir os olhos ouviria-os.
Veria discussões ao acaso por nada que valesse a pena.
Uma senhora andando na rua e colhendo uma singela flor do gradeado. Gradeado este por onde passo constantente mas nem sei do que é.

No dia da minha morte, tudo seria igual e diferente.
Continuaria sendo desastrada, com as mãos de manteiga.
Receberia cada paciente com o sorriso de sempre.
Ficaria sem jeito metade das vezes quando não sei o que fazer.

O dia da minha morte seria uma dia como outro qualquer.
Perceberia que muita coisa deixei de fazer. Muitas até as fiz demais.
Relembraria as últimas pessoas que vi. Lembraria de muitos que conheci.
E faria os mesmos caminhos que descobri.

No dia da minha morte ficaria feliz...
Pois nesta vida sofri, amei, chorei e sorri!

O dia da minha morte seria especial,
Seria igual ao dia de hoje.