22 janeiro 2015

Companhia...

Elas lhe lembravam um mundo que já não tinha. Não sabia por mais quanto tempo. A única certeza que existia é que a saudade era cruel com ela. O tempo lhe havia ensinado muito bem isso.
Aqueles pontos violetas... Ou roxos, talvez rosas... Mas aqueles pontos de cor que ela não havia definida qual era, lhe traziam breves suspiros de um bom sentimento. Elas eram a tradução do mais simples, porém complexo demais para se entender com a mente. Só a alma compreendia.
O verde lhe dava a esperança de ter tudo de volta, o que tinha sido apenas por um  breve momento, por um tempo sem limite, sem datas, sem definição.
Revolveu-lhes a terra para que se nutrissem melhor, como se esse fato a alimentasse também. Talvez, a saciasse duma fome de não estar só. Firmou as raízes, e se sentiu segura. Estava na frente das suas companheiras, a quem confiara desejos e segredos, lágrimas e sorrisos. E elas lhe retribuíam com bons pensamentos, pequenas lembranças e doloridas reflexões. Assim viviam dia após dia. Não buscavam nada. Apenas se queriam bem.
As pequenas tinham sede, diferente da sede dela, que se resolvia com algumas gotas de água, caindo suave como chuva de verão. A dela... Não havia fórmula certa de saciar. Experimentara muitas opções, algumas surtiram efeito, outras nem tanto. Assim ela fazia de cada dia uma experiência por realizar, e à noite confidenciava às pequenas flores do seu jardim.

Um comentário:

arany disse...

Oi Mafalda! Visitando o seu blog!

Bjs